Campo Grande-MS
segunda-feira, 14/07/2025

Pesquisa do jornalista Sergio Cruz, do IHGMS

O comandante do forte Coimbra, ocupado por forças paraguaias, Hermenegildo Portocarrero, envia relatório aos seus superiores sobre a resistência possível aos invasores e a evacuação da cidadela brasileira, entre 26 e 28 passados.

Portocarreiro inicia o documento sopesando a grande desvantagem entre as forças de ocupação e de resistência. Enquanto os paraguaios contavam com cerca de 5.000 homens, os brasileiros do forte e do navio Anhambahy, seu auxiliar, não chegavam combatentes, sem contar a falta de cartuchame. profundamente lamentada pelo comandante do forte:


           “Terminada a mais vigorosa resistência de que venho de falar, aos ataques de escalada do dia 27 – relata o comandante – reconheci só existirem 2.500 cartuchos, tornou-se portanto mister que todas as mulheres que achavam  homiziadas  no  interior  do forte, em número de 70, fabricassem cartuchame para a infantaria durante toda a noite, sem dormirem um só instante, visto não poderem os soldados deixar por um momento os parapeitos”.

A inferioridade das forças brasileiras é explicada pelo comandante, ainda tendo as mulheres como referência:

Estas mulheres, que já há dois dias, como todos nós não comiam , nem dormiam, não podiam fazer novo cartuchame, por ser isto um esforço sobrenatural e mesmo invencível, tanto mais que em termo de comparação não se poderia contar gastar no dia seguinte menos do dobro do que se havia gasto naquela tarde.

Minada a resistência pelos seguidos ataques do inimigo – justifica o comandante – ter sido forçado “reunir em conselho a todos os oficiais, inclusive o bravo comandante do vapor Anhambahy, e resolveu-se que, sendo a falta de cartuchame de infantaria uma razão de força maior e uma dificuldade invencível, pelas razões acima mencionadas, acrescendo a de terem-se também acabado as balas de alarme 17, que serviam para a transformação acima referida, que abandonássemos o forte para não serem sacrificadas tantas vidas, salvando-se assim sua guarnição, e que isso se efetuasse sem perda de um instante, visto que o inimigo, já se achando nas posições novamente tomadas com forças frescas, podia engajar novo combate e nós teríamos de cessar o fogo ao cabo de meia hora por total acabamento de cartuchame de infantaria, e o inimigo em todo o caso empossar-se do forte, levando a efeito sua carnificina”. (CORREIO MERCANTIL, 19/ 03/1865).

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