segunda-feira, 29/04/2024

No Brasil desde os dez anos de idade, bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas e Engenharia, Emílio Schnoor inclui-se segundo Celso Higa, “entre os grandes vanguardeiros da engenharia ferroviária brasileira”. É de sua autoria o traçado definitivo da estrada de ferro Noroeste entre Itapura e Corumbá, mudando o itinerário original que previa seu ponto terminal em Cuiabá. Órfão de mãe, ainda criança, em companhia do pai e de uma irmã, migrou para o Brasil. Estudou na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro e bacharelou-se em Ciências Físicas e Matemáticas pela Escola Central, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Aos 19 anos ingressou no quadro técnico da Estrada de Ferro D. Pedro II. De 1876 a 1884 participou na construção da estrada de e ferro de Porto Alegre a Uruguaiana e da ferrovia entre Porto Alegre e Bagé. De 1884 transferiu-se para a Argentina onde construiu mais de 1.200 quilômetros de via férrea. 

          Convidado pelo governo brasileiro regressou ao Brasil em 1894 para ser inspetor-geral na Estrada de Ferro no Norte do Brasil, em Alagoas. De1895 a 1901 trabalhou na São Paulo Railway. Em 1903 elaborou o projeto da estrada de ferro para Mato Grosso, defendendo o percurso Bauru-Corumbá. Seu projeto foi preterido pelo traçado de seu colega Felipe Gonzaga de Campos que previa o termo da estrada em Cuiabá, passando por Uberaba, Porto Tabuado, Baús, Coxim e Cuiabá. No governo A-fonso Pena, decidindo o novo presidente pela retomada do projeto da ferrovia e pela proposta de Schnoor, este é convidado a implementá-lo.

          Sua obra ficaria pronta em 1914, com a ligação das duas frentes de implantação dos trilhos (Bauru e Porto Esperança) em Campo Grande. Dez anos depois, já naturalizado bra-sileiro, (8 de novembro de 1924) Emílio Schnoor faleceu e foi sepultado no Rio de Janeiro. Em Campo Grande há uma rua com seu nome.

FONTE: HIGA, Celso, (artigo) Série Campo Grande, Fundação de Cultura de Campo Grande, 2001, p. 21.