Com o cancelamento da viagem do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva à China, a assinatura de ao menos 20 acordos bilaterais já negociados entre os dois países ficará adiada por tempo indeterminado.
“Contratempos acontecem, como aconteceu. De qualquer forma, quando o presidente estiver restabelecido, nós ficamos aguardando o governo chinês. Quando o governo chinês tiver preparado e estiver com a agenda disponível, certamente será remarcado e vamos assinar todos os acordos e memorandos”, afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o único do primeiro escalão do Executivo brasileiro a ir ao país asiático.
De acordo com Fávaro, entre os acordos acertados há avanços importantes em novos protocolos sanitários para o agronegócio, a cooperação para o lançamento do satélite de monitoramento territorial Cbers 6 e a criação de um mecanismo bilateral para avançar agendas de meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
O ministro da Agricultura se adiantou à comitiva presidencial porque pretendia negociar a queda do embargo chinês à carne bovina brasileira, ocorrida há quase um mês em decorrência de um caso da doença da vaca louca. O embargo caiu e outros quatro novos frigoríficos brasileiros receberam licença para exportar para a China.
A visita de Lula ao presidente Xi Jinping havia sido anunciada há meses, deveria durar cinco dias e incluir um jantar com o líder chinês, uma visita à Assembleia Popular Nacional da China e um ato cerimonial na Praça da Paz Celestial. Lula seria o primeiro aliado estrangeiro convidado por Xi a visitar o país desde sua recondução a um terceiro mandato, uma deferência da diplomacia chinesa.
BBC Brasil