Campo Grande, 05/04/2023 às 17:39
A união de esforços de diversas secretarias municipais e outras instituições públicas e privadas, possibilitou a realização de uma ação de acolhimento com moradores de rua que habitam no entorno da antiga rodoviária, localizada no bairro Amambaí, região central de Campo Grande, na manhã desta quarta-feira (21).
“Na verdade, nossas equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas) estão aqui quase diariamente para oferecer apoio a essas pessoas que estão em situação de rua. É um trabalho silencioso, que precisa ser feito com muita cautela, por profissionais que acima de tudo, tenham não só profissionalismo como também a vocação. É um trabalho que precisa ser feito também com amor”, afirmou o secretário municipal de Assistência Social, José Mário.
A ação contou com o apoio de 20 profissionais entre técnicos de unidades de saúde, assistentes sociais, psicólogos, educadores sociais e trabalhadores de Comunidades Terapêuticas. Agentes da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) realizaram testes rápidos para detectar infecções como a Covid-19 ou as sexualmente transmissíveis com a HIV. Algumas pessoas foram encaminhadas para cuidados em Unidades Básicas de Saúde.
Paulo Roberto Flores de Lima, viveu em situação de rua por dois anos e há dois meses aceitou tratamento na Comunidade Terapêutica Antônio Pio da Silva (Contaps), conveniada à Prefeitura. Ele contou que foi incentivado após ouvir palestra no Centro POP, em janeiro desse ano. O tema era sobre motivação pessoal. “Essas ações são importantes porque ajudam a fortalecer o psicológico de quem está na rua. Estou confiante em minha recuperação e tenho planos de estudar psicologia”, contou Paulo.
Acadêmicos do Curso de Psicologia do Centro Universitário Unigran participaram da ação oferecendo apoio aos moradores de rua com orientações de como buscar ajuda para iniciar a recuperação e tratamento contra a adicção. Os Bombeiros também estavam à disposição como apoio caso houvesse a necessidade de resgastes envolvendo estruturas físicas. Cabelereiros voluntários também oferecem cortes de cabelo.
Durante as abordagens educativas, as equipes explicam sobre as atividades realizadas pelo Centro POP, localizado na Rua Joel Dibo, no Centro de Campo Grande. No local o usuário recebe todo atendimento necessário quanto a encaminhamentos para unidades de acolhimento, refeições, higiene pessoal, reinserção familiar e providências para a produção de documentos pessoais.
A Defensoria Pública da União também esteve presente nas ações de acolhimento. “Viemos oferecer o serviço previdenciário que é ofertado pelo Governo Federal que é exclusivo a população de rua, também oferecer apoio aos migrantes, reconhecemos muitos haitianos e bolivianos também nessa situação e principalmente aos menores de idade, que podem se encontrar em situação de sequestro e procuramos legalizar todas essas condições o mais rápido possível”, informou Silvio Grotto, defensor público da União.
No total, foram 30 pessoas em situação de rua abordadas na ação, duas delas aceitaram serem levadas para uma Comunidade Terapêutica para iniciar o tratamento contra a adicção. “É como eu costumo dizer, nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos. Quando unimos nossas forças, conseguimos atingir com mais êxito as pessoas que precisam da nossa ajuda. Essas pessoas tiveram um caminho para chegar até aqui e agora elas precisam de apoio para sair. E nós das equipe da Prefeitura, juntamente com todas as entidades aqui presente só temos a agradecer a prefeita Adriane Lopes por nos conceder essa oportunidade de trabalho”, finalizou Bárbara Cristina Rodrigues, diretora-adjunta da Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos de Campo Grande (SDHU).
A ação é resultado do Programa de Ação Integrada e Continuada (PAIC) que atende moradores em situação de rua e usuárias abusivas de álcool e/ou outras drogas que querem abandonar a dependência. O PAIC foi sancionado pela prefeita Adriane Lopes (Patriota) em maio do ano passado.
O Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Pública para População em Situação de Rua (PopRuaCG) contém 72 membros com representações da sociedade civil e poderes públicos e está inserido na estrutura base da Coordenadoria de Proteção à População de Rua e Políticas sobre Drogas da SDHU, coordenado por Bárbara Cristina Rodrigues.