Faleceu na manhã desta sexta-feira, dia 7 de abril, o desembargador aposentado Rubens Bergonzi Bossay. A família ainda não deu detalhes, mas está previsto que o velório seja realizado, a partir da tarde de hoje, no prédio do Tribunal de Justiça. Mais detalhes serão atualizados nessa matéria.
Para o presidente do TJMS, Des. Sérgio Fernandes Martins, a Magistratura perde um de seus grandes julgadores, além de um exemplo de pessoa distinta e cortez, com valores éticos e morais bem definidos. “Tive o prazer de estar ao seu lado em vários momentos e é isso que levarei para a lembrança. À família ficam os sinceros sentimentos de pesar de toda a magistratura estadual, em particular dos membros desta Corte de Justiça”, lamentou o Des. Sérgio Fernandes Martins.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul declarou luto oficial por três dias, a partir desta data, em homenagem ao Desembargador Rubens Bergonzi Bossay.
História – Bisneto de imigrantes franceses, cujo avô se instalou em terras do sul do Mato Grosso, precisamente em Aquidauana e Miranda, a família cresceu sem deixar de dar valor à cultura e à educação, tornando-se uma tradição valorizada os descendentes terem estudo profissionalizante ou superior.
Neste cenário nasceu Rubens Bergonzi Bossay, em Miranda (MS), no dia 9 de setembro de 1943, filho de Cláudio Proença Bossay e Josefina Bergonzi Bossay. Casou-se com Marise Cicalise Bossay em 1974. Começou os estudos na Escola Paroquial Nossa Senhora do Carmo e no Grupo Escolar Caetano Pinto, ambas em Miranda.
A preparação continuou em Campinas (SP), conquistando o curso ginasial de Técnico em Contabilidade, o que já garantia um ofício. Rubens queria mais, assim o período do curso ginasial também foi dedicado ao preparo para o vestibular, que o levou a alcançar êxito na Faculdade Católica de Campinas (SP), onde formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1969.
Em 1970 Bossay inicia a breve carreira de seis anos de intensa atuação na advocacia, agora no município de Aquidauana (MS). Com orgulho lembra que foi o primeiro inscrito no Edital do Concurso da Magistratura de 1976, em Cuiabá (MT), no qual logrou êxito e mudou completamente sua carreira. Ingressou na Magistratura como Juiz de Direito da comarca de Naviraí, em 1976. Foi promovido, por merecimento, para a 2ª Vara da comarca de Três Lagoas, em 1979, onde exerceu as funções de Diretor do Foro de 1980 a 1981. Promovido, por merecimento, para a 3ª Vara Cível da comarca de Campo Grande em 1984.
Foi promovido, por merecimento, para o cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul em 1987. Eleito Vice-Presidente deste Tribunal de Justiça no biênio de 1991-1992. Vice-Presidente e Corregedor Regional Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Mato Grosso do Sul no biênio de 1999-2000. Exerceu o cargo de Ouvidor Judiciário de 1999-2001.
Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Mato Grosso do Sul no biênio 2001-2002 e foi eleito Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul para o biênio 2003-2004, tendo como Vice-Presidente o Des. Joenildo de Sousa Chaves e como Corregedor-Geral, Des. Atapoã da Costa Feliz. Aposentou-se em setembro de 2013.
Recebeu os Títulos de Cidadão Naviraiense, Aquidauanense e Anastaciano em reconhecimento aos significativos trabalhos realizados em prol desses municípios.
Em particular em Anastácio, o reconhecimento foi pela implantação do primeiro processo totalmente virtual no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul, considerando que, como Presidente do TJMS, num trabalho inédito na justiça estadual, foi implantada, com a garantia da certificação digital, a virtualização dos processos na Vara de Execução Fiscal da Fazenda Pública Municipal de Campo Grande e na 10ª Vara do Juizado Especial. A virtualização eliminou totalmente o papel da movimentação processual e iniciou uma nova fase na história dos processos sul-mato-grossenses.
TJMS