Proposto pelo vereador Herculano Borges, da Comissão Permanente de Transporte e Trânsito da Casa de Leis, o debate englobando o tema Ciclismo Urbano foi realizado na manhã desta segunda-feira, dia 20, em Audiência Pública na Câmara Municipal de Campo Grande
A Audiência contemplou questões das pessoas que utilizam a bicicleta para prática de esporte e aquelas que dependem deste meio de transporte para deslocarem-se de casa ao trabalho. Manutenção de ciclovias e campanhas de conscientização sobre uso de bicicletas foram alguns dos pontos ressaltados. Representantes de grupos de ciclistas, da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), da Fundação de Desporto e Lazer (Fundesporte), da área de segurança e da Defensoria Pública estiveram presentes.
O vereador Herculano Borges explicou que a Audiência surgiu a partir da proposta dos grupos de ciclistas e das pessoas que usam a bicicleta como esporte e também como meio de transporte no dia a dia. “O objetivo é que a gente possa contribuir para organizar a questão do trânsito, o Executivo Municipal e Estadual deem atenção para esse segmento que merece respeito no trânsito, merece essa atenção especial na questão da pavimentação, das ciclovias, da sinalização”, disse.
Todas as sugestões apresentadas serão encaminhadas para os órgãos competentes cobrando providências, conforme o vereador Herculano Borges, incluindo Termo de Compromisso assinado pela prefeita Adriane Borges. Pontos específicos que precisam de investimento foram citados, a exemplo da ciclovia ligando a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) ao Distrito de Rochedinho, além de melhorias em várias ciclovias, com buracos e danos no asfalto.
Demandas – Leco Ribas, do Grupo Unidos pela Bike, solicitou a necessidade de um canal aberto de comunicação com a prefeitura para que sinalizações sejam feitas, relatando as principais necessidades das ciclovias. Ele agradeceu e enfatizou a importância das novas ciclovias. Porém, por meio de imagens, mostrou a necessidade de manutenção das atuais. “Já temos um perigo iminente e precisamos elevar a consciência sobre o que temos. Precisamos do agora”, disse Ribas, acrescentando que ciclistas já sofreram quedas e ciclovias, como na Avenida Afonso Pena, na Nelly Martins (Via Parque) e Cônsul Assaf Trad. Outro pedido foi para que o poder público promova campanhas de conscientização sobre o uso das ciclovias.
O defensor público Danilo Silveira Campos enfatizou os benefícios da maior adesão ao uso da bicicleta, como bem-estar físico, trânsito e redução de poluição. “Essa discussão é relevante também para as pessoas que usam bicicleta como único meio de transporte, que as usam por falta de opção. Para essas pessoas as melhorias são ainda mais urgentes”, disse.
O diretor-presidente da Fundesporte, Paulo Ricardo, enfatizou também a importância de pensar no trabalhador que utiliza a bicicleta e precisa do espaço bem sinalizado e cuidado. “Precisamos desse olhar diferente também. É importante essa discussão e as cobranças positivas. Estamos de portas abertas com a Câmara, a Agetran, tanto para Campo Grande como interior. Juntando forças a gente constrói mais”, afirmou.
O vereador Clodoilson Pires, que secretariou a Audiência, enfatizou o ponto positivo de Campo Grande não ter óbito de ciclista este ano, mas lembrou que avanços são necessários. “Temos muita coisa para avançar. É importante irem às empresas, orientar como circular para tornar o trânsito cada vez melhor. Outro desafio são as bicicletas elétricas e também é necessária essa orientação”.
Investimentos – No início da Audiência, a chefe da Divisão de Planejamento da Agetran, Tainara Moreira dos Santos, apresentou um balanço do planejamento sobre ciclovias em Campo Grande, tendo como base o Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana, previsto na Lei Municipal 11.332/24. “O Plano engloba questão dos veículos, transportes e prevê o modal das ciclovias, com a implantação de 146 quilômetros de ciclovias”, disse. Essa meta deve ser cumprida no prazo total de 15 anos. No curto prazo, para 5 anos, serão 51,7 km, sendo que 16,4 km já estão executados.
Andréia Figueiredo, diretora-adjunta da Agetran, acrescentou a necessidade de cumprir o Plano e metas de ciclovias em Campo Grande. Ela citou como os recursos de emendas ajudam nos investimentos. Além disso, há as mitigações de grandes empreendimentos, a exemplo do que ocorre na Avenida Mato Grosso. Andréia falou também que já saiu a ordem de serviço para a obra da ciclovia na Avenida Nosso Senhor do Bonfim, interligando a Avenida Cônsul Assaf Trad.
No debate, teve também a sugestão de ampliar a discussão sobre as bicicletas elétricas, com foco principal em orientação.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal | Por: Milena Crestani| Foto: Izaías Medeiros