A Câmara Municipal de Campo Grande chegou no último sábado, dia 6, à quinta Audiência Pública com as comunidades indígenas da Capital. As discussões tem como tema “Moradia indígena: uma condição para o bem viver”. Os debates foram propostos pela vereadora Luiza Ribeiro, presidente da Comissão Permanente das Causas Indígenas da Casa de Leis.
Na manhã de sábado, a Audiência aconteceu na Escola Estadual José Ferreira Barbosa, na Vila Bordon. Os outros debates foram realizados na Aldeia Água Bonita, no Bairro Tarsila do Amaral, na Aldeia Inamaty Kaxé, no Bosque Santa Mônica, na Aldeia Marçal de Souza, localizada no Bairro Tiradentes, além da Comunidade Kadiwéu, em que a discussão ocorreu na Casa de Leis.
A vereadora Luiza Ribeiro lembrou que são mais de 20 mil indígenas vivendo em contexto urbano em Campo Grande, sendo a moradia um grande problema. “Fomos investigar a situação de moradia de cada conglomerado, bairro e aldeia. Encontramos situações bastante diferentes, mas com o foco principal de garantir para as famílias de Campo Grande uma moradia adequada. Ano que vem, teremos muitas tarefas a partir dessas audiências para encaminhar cada situação que nos foi apresentada e conseguirmos uma saída digna para melhorar o bem viver das populações indígenas de nossa cidade”, disse.
Ela citou que foram muitas reivindicações apresentadas, pois o tema moradia não contempla apenas o abrigo, mas tudo que está relacionado ao bem viver: saúde, segurança, educação, entre outros. “Teremos um documento robusto com indicações e soluções”, afirmou a vereadora proponente dos debates.
As demandas serão encaminhadas para a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Sesai (Secretaria Estadual da Saúde Indígena), Emha (Agência Municipal de Habitação) e a Agehab (Agência Municipal de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul), que acompanharam os debates realizados pela Casa de Leis.
O presidente do Conselho Municipal dos Direitos e Defesa dos Povos Indígenas, Lisio Lili, avalia como positivo o resultado das Audiências. “Alcançamos o objetivo, com as comunidades presentes, querendo falar e entregar documentos”. Ele salientou a importância dos encontros, diretamente nas aldeias, para ajudar a diminuir a distância do Poder Legislativo com as comunidades, com foco na elaboração de políticas públicas. “Essas pautas agora começam a ser colocadas. Tiram nosso povo da invisibilidade econômica, social, educacional e vai certamente construir estratégia. Campo Grande precisa oportunizar recursos para que a comunidade alcance o que pretende”, disse.
Representando a Emha, Maria Helena Bughi ressaltou que “as audiências trouxeram conhecimento de demandas espontâneas das aldeias espalhadas pela cidade, a importância de conhecer todas as problemáticas para fazer planejamento e buscar recursos para atender todas as demandas”.
O cacique Silvio Fialho, da comunidade da Vila Bordon, ressaltou o foco principal na moradia. “Lá na minha comunidade, aumentou muita gente. Os jovens casaram, estão formando a família e não tem mais espaço”, pontuou.
Em decorrência da chuva, a sexta Audiência Pública que seria realizada na tarde de sábado, na Aldeia Xunako Kopenoti, no Jardim Inápolis, precisou ser cancelada. Nova data será agendada.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal | Foto: Izaías Medeiros
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