Campo Grande-MS
quarta-feira, 17/09/2025

Audiência Pública na Câmara Municipal de Campo Grande debateu, na manhã desta quarta-feira (17), propostas para garantir mais organização na Rua 14 de Julho, valorizando o espaço de fomento à cultura, lazer e economia da cidade. O debate foi proposto pelo vereador Jean Ferreira, vice-presidente da Comissão Permanente de Juventude da Casa de Leis.

A Audiência contou com a presença de representantes de bares da Rua 14 de Julho, dos ambulantes, frequentadores do local, artistas e da área de segurança. A criação de um grupo de trabalho, para discutir soluções a todas as problemáticas relatadas foi uma das proposições. “A gente quer que esse movimento na 14 de Julho continue e se fortaleça cada vez mais, justamente para termos mais espaços de turismo, lazer e cultura na cidade”.

O vereador Jean Ferreira afirmou que a Audiência foi motivada por casos de violência ocorridos nas últimas semanas na Rua 14 de Julho. “Precisamos debater a segurança na 14. A questão da segurança envolve ainda a ausência do Executivo em fazer a organização do espaço enquanto local público de lazer. Existe vida de cultura ali, mas também há os moradores”, afirmou o proponente do debate. Ele salientou que Campo Grande tem público que anseia por lazer e é dever do poder público organizar e fomentar, pensando também em geração de emprego e fortalecimento da economia.

Representando os proprietários de bares na 14 de Julho, Leonardo Soldati abordou várias questões sobre as necessidades estruturais no Centro. Ele sugeriu a criação de um grupo de trabalho para estruturar melhor o diálogo com a prefeitura e organizar para sanar os problemas. “Precisamos nos unir e ordenar essa ocupação”, disse Leonardo. À época em que a Rua 14 de Julho chegou a ser fechada, não foram cumpridos os itens de estrutura, conforme havia sido acordado. Leonardo salientou o potencial enorme do Centro, que motivou os novos empreendimentos na região. Ele apontou a necessidade também em regular o trabalho dos ambulantes, que seguem vendendo depois que os bares são fechados dentro do horário estabelecido.

O exemplo de Goiânia, na Rua do Lazer, foi relatado por Vitor Cadilac, produtor cultural, e Vinicius Gades, articulador da Associação dos Bares de Goiânia. “Muitas vezes, as gestões têm dificuldade em entender a cultura como fator positivo para a segurança. Juntar pessoas sempre vai trazer impacto. Cultura e segurança não podem ser opostos”, afirmou Vinicius. O diálogo com todos os bares e o poder público foi essencial, conforme relatou Vitor.

O vereador Maicon Nogueira destacou que “é impossível que se tenha uma cidade inclusiva sem considerar o Centro”. Além da segurança, ele falou da necessidade de organização em relação aos ambulantes, a responsabilidade pela limpeza por parte do poder público, além da importância de flexibilizar leis de publicidade. “Precisamos que o Centro da cidade seja vivo durante os dias e as noites”.

Poder Público – Com objetivo de fomentar a ocupação do Centro, de forma organizada, foi aprovada a lei criando o Corredor Cultural e Gastronômico da Rua 14 de Julho, de autoria do vereador Ronilço Guerreiro. Na Audiência, Guerreiro falou do entusiasmo com essa legislação. “Precisamos trazer atrativos culturais para o Centro de Campo Grande”, ressaltou, ao pontuar que hoje há muitas opções de comércio próximo aos bairros. Ele citou série de necessidades constatadas no diálogo e nas visitas ao local: intensificar segurança, contando também com a Guarda Municipal; respeito aos moradores; banheiros para os frequentadores; discutir legislação específica para os ambulantes, para estarem lá de forma organizada, além de responsabilidade pela limpeza.

A vereadora Luiza Ribeiro criticou a ausência do poder público municipal. “A Prefeitura tem competência específica. Nessa gestão, há uma total ausência com suas responsabilidades”, disse. Ela mencionou questões como dos ambulantes e da limpeza urbana, que são atribuições da prefeitura. “A lavagem das calçadas depois dos eventos é algo básico. Como a prefeitura não consegue fazer isso?”, questionou. A vereadora acrescentou ainda que, apesar das dificuldades, o movimento que ocorre hoje na 14 de Julho é muito importante para reviver esse espaço no Centro da cidade.

Representando os ambulantes, Carla Corrêa também defendeu a necessidade de regularização. “Os ambulantes não estão preocupados em atrapalhar o comércio. Só queremos regularização para poder trabalhar”. Ela citou a importância de ter um grupo de trabalho para criar essas normas e organizar melhor esse movimento na 14 de Julho. Criar um colete “ambulante legal” e ampliar a quantidade de lixeiras foram algumas das sugestões.

Segurança – “Momentos como este, de diálogo democrático, são importantíssimos. É um assunto que impacta a vida dos moradores, comerciantes e frequentadores”, afirmou a coronel Cleide Maria, comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, que atua na região central. Ela citou a parceria da PM nas iniciativas para qualidade de vida da população, citando que os bares da 14 representam polo de cultura, convivência e geração de emprego. Ela acrescentou que “a Polícia existe para manutenção da ordem e segurança da sociedade, sem reprimir a legitimidade de empreender e se divertir”.

O presidente da Associação dos Guardas Municipais, Hudson Bonfim, ressaltou o trabalho dos guardas na área central. “Estamos fazendo trabalho intensivo ali na área central”. Ele defende a aprovação de lei municipal para fechar a Rua 14 de Julho aos finais de semana. Bonfim também é favorável à criação de um grupo de estudos para discutir as melhorias necessárias. “Temos que pensar num contexto geral, nos profissionais que ali atuam, nos ambulantes”, citou, lembrando as necessidades dos moradores da região.


Fonte: Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal | Por: Milena Crestani  | Foto: Izaías Medeiros