Presidente destaca redução recorde do desmatamento, ampliação de áreas marinhas protegidas e criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre durante a Sessão Temática “Clima e Natureza: Florestas e Oceanos”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira, 6 de novembro, que a humanidade precisa transformar promessas em resultados concretos diante da crise climática. Ao discursar na primeira mesa redonda temática da Cúpula de Líderes da COP30, intitulada “Clima e Natureza: Florestas e Oceanos”, em Belém, Lula apresentou uma série de ações e compromissos do Brasil nas agendas de florestas, oceanos e biodiversidade, e fez um chamado à cooperação global.
Nenhum país poderá enfrentar a crise climática sozinho. Os incêndios que consomem nossas florestas não respeitam fronteiras. Nem o plástico que polui nossos oceanos e elimina a vida marinha”, afirmou Lula, que presidiu a sessão. “Somente um multilateralismo revigorado pode equacionar esses dilemas de ação coletiva.”
O presidente convocou os líderes globais a aproveitarem a COP30, realizada na capital do Pará, para tomarem ações concretas diante da emergência climática. “Esta COP, que é a COP da verdade, propõe um pacto pela vida das florestas, dos oceanos e da própria humanidade. É hora de transformar ambição em ação e de reencontrar o equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade”, disse.
RESTAURAÇÃO DE PASTAGENS — Lula listou uma série de conquistas e marcos do Brasil para a preservação ambiental. O presidente destacou que o Brasil reduziu em mais de 50% o desmatamento na Amazônia, alcançando a menor taxa dos últimos 11 anos, e reiterou o compromisso de zerar o desmatamento até 2030. “Esse é um dos principais compromissos do meu governo”, afirmou Lula.
O presidente também anunciou a meta de recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas na próxima década, impulsionando a restauração florestal e a produção sustentável.
PROTEÇÃO MARINHA — Lula reafirmou o compromisso do Brasil com a proteção dos oceanos e a biodiversidade marinha. Lula afirmou que o Brasil ratificará até o fim de 2025 o Tratado do Alto Mar, que estabelece regras para o uso sustentável dos recursos nas áreas fora das jurisdições nacionais.
O presidente também destacou que o Brasil vai fortalecer a “Amazônia Azul”, com planejamento espacial marinho e proteção de mangues e recifes de corais, fundamentais para a regulação climática e a segurança alimentar.
Outra ação prevista é a ampliação de 26% para 30% da cobertura de áreas marinhas protegidas, cumprindo a meta do Marco Global para a Biodiversidade.
REMUNERAÇÃO PARA CONSERVAÇÃO – Entre os outros compromissos assumidos e iniciativas anunciadas pelo Brasil, Lula destacou o inovador Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF).
O TFFF cria um novo modelo de financiamento climático: países que preservam as florestas tropicais serão recompensados financeiramente por meio de um fundo de investimento global. Enquanto isso, os investidores recuperam os recursos investidos, com remuneração compatível com as taxas médias de mercado.
Na prática, o fundo cria uma nova economia baseada na conservação, tornando a floresta em pé uma fonte de desenvolvimento social e econômico. “É um mecanismo financeiro que vai remunerar investidores ao mesmo tempo em que gera renda para os países que preservam a floresta em pé. Somente uma arquitetura financeira robusta e equitativa pode garantir que a conservação dos nossos maiores ecossistemas tenha recursos”, disse Lula.
Mais de US$ 5,5 bilhões já foram anunciados para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, com 53 países endossando sua Declaração de Lançamento. A expectativa é que as nações investidoras e outras fontes garantam um aporte de US$ 25 bilhões nos primeiros anos.
MARCO — Convocada por Lula, a Cúpula do Clima representa um marco central no processo de mobilização e diálogo internacional sobre a agenda climática. O evento, que continua nesta sexta-feira (7), reúne chefes de Estado e representantes de governos em uma programação que antecede a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada de 10 a 21 de novembro.
Fonte: Agência Gov/Via Planalto | Foto: Ricardo Stuckert / PR









