Pesquisa do jornalista Sergio Cruz, da ASL e do IHGMS
Detido no Rio Grande do Sul por não aderir à revolução, o general Rondon é recebido presidente Vargas, em 22 de novembro de 1930, que aceita seu pedido de reforma, mas o mantém na função civil de inspetor de fronteiras e descarta a criação de conselho de guerra, requerido pelo general. O episódio é narrado pelo próprio Rondon em seu diário:
A resposta foi um telegrama em que o dr. Getúlio enumerava, com os maiores elogios, os meus serviços. Terminava com as seguintes palavras: “não posso deixar de atender a seu pedido de reforma, embora pesaroso, porque foi feito em caráter irrevogável”.
Não foi só. Insisti tenazmente para que me submetessem a um conselho de justiça ou conselho de guerra, a fim de que fossem apuradas quaisquer irregularidades acaso cometidas no exercício de minhas funções.
A 7 de novembro comunicava-me o Quartel General da 3ª Região ter recebido ordem do chefe do governo provisório para me considerar em liberdade.
A 21 chegava eu ao Rio e a 22 me apresentava ao ministro da Guerra, general Leite de Castro, que me negou a demissão pedida do cargo de Inspetor de Fronteiras.
Chamou-me, depois, o dr. Getúlio Vargas à sua presença. Disse-lhe que uma vez reformado entregaria os elementos colhidos, para que outros fizessem os relatórios dos trabalhos realizados. Respondeu-me ele não aceitando o alvitre. Os relatórios tinham de ser escritos por mim. E depois de muitos elogios disse-me:
– A pátria não lhe deu ainda quitação, precisa de seus serviços e muito espera deles.
E quando lhe fiz sentir que eu não fora atendido quanto ao tribunal especial que me deveria julgar, respondeu:
– Não se constituirá nenhum, porque o mais alto tribunal que é a opinião pública da nação, já o julgou, general.
FONTE: 43 – Esther de Viveiros, Rondon Conta Sua Vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 557.

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