Campo Grande-MS
terça-feira, 5/08/2025

A expedição científica russa, chefiada pelo conde Langsdorff, que explorou o Estado de Mato Grosso e a Amazônia, deixa a cidade de Porto Feliz em São Paulo rumo a Camapuã, seu primeiro destino. Hercules Florence o escriba da missão, descreve a despedida da comitiva:

Romperam então da cidade salvas de mosquetaria correspondidas pelos nossos remadores e, ao som desse alegre estampido, deixamos as praias, onde tive a felicidade de conhecer um amigo, de conviver com gente boa e afável e de passar vida simples e tranquila.

Na primeira canoa iam o sr. cônsul e uma moça alemã que ele trouxera ultimamente do Rio de Janeiro: na segunda os srs. Riedel, Taunay, Hasse e Francisco Álvares. O sr. Rubzoff e eu ocupávamos o batelão, dentro de uma barraca tão pequena que não podíamos estar senão sentados ou deitados. Acompanhavam-nos mais dois batelões e uma canoinha, além da que mencionei atrás, embarcações que, à última hora nos víramos obrigados a comprar por causa da grande bagagem que levávamos. Do mesmo modo fora reforçada a equipagem. Cada canoa, com exceção das menores, tinha arvorada a bandeira da Rússia.


O guia, um ajudante de piloto, um proeiro e sete remadores compunham a tripulação da embarcação do cônsul, a qual designarei pelo nome de perova, corrupção da palavra índia iperova, como chamam a árvore cujo tronco serviria para sua construção. O ajudante do guia, um piloto, um proeiro e seis remadores formavam a equipagem do segundo barco chamado Chimbó, modificação do legítimo vocábulo indígena Chimbouva.
O piloto, um proeiro e quatro remadores iam no batelão.


O resto da gente, caçadores, criados e escravos do cônsul remavam nos batelões e canoinhas, em número todos eles de 36.

FONTE: Hércules Florence, Viagem fluvial do Tiete ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, S. Paulo, 1941, página 13.